sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

(continuação) Pequeno diário escrito em dois dias (e em 16 rodas - risos) - Por Fernanda Vargas

Terceiro dia...
29 de janeiro

Repenso nas sensações deste Fórum... Repenso de quais fluxos estaria constituído... mas sabia apenas fazer algumas perguntas.

Qual seria o impacto deste encontro sobre os tantos moradores desta cidade?

Imaginava quantas pessoas, especificamente, homens e meninos, especificamente negros teriam sido presos em ‘precaução’ roubos. Rótulos dessa nossa pseudo-segurança de cada dia.


No Seminário Internacional de Justiça Juvenil, estas cores aparecem em números. Pela fala de Roseno, Lurdinha trouxe as noticias: A prisão e aproximadamente 300 pessoas, dentre eles cerca e 200 adolescentes. Por outro lado Celina, apurando os dados ressalta que este não necessariamente é fator de indignação para esta população... Talvez, assim como em nossa Formula 1, este seja também um dia de festa, apesar de nesta grande festa poucos entrarem. Por este dia haverão ruas a ser ocupadas pela população. Por este dia alguns ‘suspeitos’ serão retidos e revistados. Por este dia uma garagem alugada. Por este dia talvez mais alguns trocados. Pequenas grandes contradições.

No final do Seminário os participantes escrevem e assinam um manifesto (matéria “O liberal).

Após tacacá e tapioca:

Quais são as relações que estabelecemos em um intercambio? Quais as potencias possíveis? Tais questões permeararm as falas dos presentes na pequena e quente sala debatiam as redes de A Cooperação Internacional atravez do Intercambio de pessoas. Representantes do MST, CMP, Agência Suíça para o Desenvolvimento e a Cooperação (Cosude), E-Changer e entre eles Frei Betto, que com sua prosa simples acalentou de forma especialissima a conversa. Não vou esquecer da sabedoria das formigas.


Concluímos sim.
Neste Fórum caminhamos. As distâncias grandes entre universidades, entre atividades. O calor intenso e cada passo fazendo suar ainda mais. As chuvas diárias e cuidado com nossos bonecos de pele de papel. Andamos. Andamos. Andamos. Não conseguimos participar de tantas atividades quanto prevíamos, pois no caminhar as atividades se constituíam nas interações com cada um que se interessava em conversar com os bonecos e conhecer suas histórias...

E a noite passear pelas ruas da Rural onde o acampamento está. Andar. Andar. Andar. Da manhã até a noite. Até encontrar pessoas de cavalo tatuado na alma, não os macaco prego de Robertinha e Glaucia, mas o macaco indiano e suas histórias delicadas. Essas fronteiras comunicantes e seus fluxos. Essa terra do nunca existirá? Sei apenas que em volta da fogueira da Paz cantei, dancei e sorri.

Retorno

Quando o Fórum seria findo, voltar com os companheiros do Movimento de Moradia se fez muito especial. Dona Olga puxando a reza de agradecimento e os cantos de luta, Alê, André, Getulio, Yuka, Camille, Ribamar, Gilmar, Nei, Cássia marcam o retorno a casa.

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